O Cinema Contemporâneo Brasileiro (Movimento Manga Radical)

3 filmes, 3 estéticas, 3 críticas, esse é o ponto que chegamos no cinema contemporâneo brasileiro. Os filmes em que iremos abordar são Aquarius, Boi Neon e Mãe só há uma. 

Mas realmente só há uma? O que é o significado da família na sociedade que vivemos? Família biológica? É com quem você vive? Esse é um conflito que os três filmes buscam explorar, Aquarius do ponto de vista da classe média alta, Boi Neon dos proletários abaporu e a transição entre os dois no Mãe só há uma. 

Também nesse tema de conflito de classes, temos uma associação forte entre os filmes em que todos os ricos tratam os pobres ou os trabalhadores como um objeto para ele usar e/ou moldar ao seu próprio interesse, literalmente como a fetichização da população, vendo o valor que pode trazer para eles ao invés de ligar para o que eles realmente querem, em Boi Neon, o cara simplesmente é abduzido da sua fazenda sem perguntas, em Mãe só há uma, o menino é repetidamente tentado ser comprado sem ter seus gostos ou qualquer coisa considerado, e em aquarius LITERALMENTE colocam o local de moradia e vida da Sônia Braga em perigo iminente.

E nos três filmes o sexo e nudez é tratado como algo natural e sem embelezar nem um pouco, as vezes sendo até nojento.

O que esses três temas têm em comum? São críticas a base forte do moralismo hipócrita da sociedade brasileira. 

Os três filmes e outros da contemporaneidade do cinema brasileiro também não têm uma unificação estética muito forte, o realismo no som e na imagem talvez seja o que mais os aproximam, as vezes até para o detrimento do entendimento da mensagem. 

O filme Aquarius é bem clássico, até gravado em filme, bem nostálgico (para uma época que não vivi e não associo a nada, mas enfim), as vezes a estética clássica é quebrada com uns movimentos de câmera para chamar atenção a algo, mas nada demais. Outra coisa bem clássica é o racismo velado, com o embranquecimento de imagens, empregadas, o preconceito de “moleques zikas”, mas nada disso é visto com uma lente positiva como era feito antes, chega a ser mais neutro, quase que como só para documentar a ideia da época. 

O filme mãe só há uma tem uma estética mais de filme de universitário saído de federal com objetivo em festival, já começa impactante na luta social com uma festa em que todo mundo se pega e usa drogas e que todos são adolescentes, praticamente dando um soco na barriga moralista brasileira. Aí segue essa estética com cortes secos, câmera estática na mão como se estivesse faltando um tripé, imagens perto demais que não passam uma mensagem muito boa, até que a mãe é presa e há uma revolução estética e toda a produção é elevada, e o filme fica bem clássico, exceto que sem o preconceito forte.

O filme boi neon recorre a uma estética documentária de uma câmera que apenas observa de longe, sem julgar nada, sem interagir com nada. O tema é bem social, trazendo à tona a sofrência que é viver no sertão, mas de uma forma bem menos seca que Vidas Secas. Incluso, a narrativa é bem baseada em Vidas Secas, em que se contam fragmentos da história de um grupo de pessoas, e episódio deles na fazenda, o episódio deles roubando esperma, o episódio deles sendo roubados pelo dono da fazenda.  A estética é a mais estranha das 3, tomando influência do cinema neo-realista italiano, com uma câmera longe pra caralho, imagem lavada, depois corta para umas imagens super coloridas a lá john wick e …

Algo deu problema nesse áudio puta que pariu não Mas dar dá para ouvir depois dá para ouvir ninguém, já quase não dava pra ver nada e tava difícil de entender (o que prova que áudio é 75% do cinema) mas agora… gente, realismo não precisa ser tão exacerbado assim não, tá atrapalhando a história, se não dá para ouvir nem ver o que tá acontecendo eu só vou largar esse filme e fodasse, considerando que meu ideal de filmes Brasileiros já é negativo, eu só vou manter esse preconceito e ignorar o resto desse filme. Geralmente, os artistas pegam as partes boas dos movimentos que os influenciam e trazem para contar a história, mas isso e o racismo e etc são bem ruins, o que fala mais sobre nossa sociedade, uma sociedade que idolatra Juscelino Kubitschek e vota Bolsonaro e liberta Lula, o Brasil não é bom e as pessoas que o habitam são ainda piores, seja por alienação ou por má cria mesmo.

Real que como alguém da classe média, cada filme me atinge de uma maneira diferente, todos mostram pessoas mais ricas do que as outras tratando as pessoas mais pobres como objeto, em Aquarius os ricos ignoram a cultura e os desejos das pessoas mais pobres a ponto de tentar tirar a população do local, os donos lá tentam tirar a Sonia Braga da casa dela, a Sônia Braga tenta tirar os moleques zikas do seu local de conforto.

Podemos chegar a conclusão então que o cinema contemporâneo se concentra na tentativa de retratar a realidade, sem engomar muito com elementos estéticos desnecessários como um som bom que custaria demais para arrumar e tomaria o dinheiro do fac da distribuição que já é difícil no brasil, Mas ainda assim a mensagem é passada. A gente vive numa sociedade que não apenas não liga para o cinema, mas como tem toda uma cultura de menosprezar e ignorar toda produção provinda de nós mesmos, mesmo gerando emprego e identidade e tudo mais.

Currículo – João Morais

 

Nome: João Morais 

Idade: 19 anos

Celular: (61) 98125-9292

E-mail: Jcjm.biz@gmail.com 

__________________________________________________________________________

 

Formação:

  • Ensino Médio completo pelo Colégio Serios (2015 – 2017);

 

  • Curso Superior de Comunicação Social (Cinema e Mídias Digitais) no IESB (5° Semestre: 2018 – 2021);

 

 

Cursos:

  • Curso de Criação Publicitária pelo Studio Online (2019);

 

  • Curso de Áudio Profissional pelo DJRádio (2019);

 

  • Workshop de Videografia de Evento pela 70mm (2018);

 

  • Workshop de Fotografia e Edição de Fotografia da Morena (2019).

 

Proficiências: 

  • Fotografia e edição de fotos;

 

  • Captação e Edição de Áudio e Vídeo para Propagandas, Redes Sociais e Cinema;

 

  • Edição Audiovisual e Colorização com os Programas DaVinci Resolve, Premiere e Sony Vegas;

 

  • Pacote Office e Ecossistema Google de produção.

 

Habilidades:

Eu me relaciono muito positivamente com as pessoas com quem eu trabalho, sigo bem ordens (e sei improvisar caso necessário) e sou proativo em frente a adversidades. 

Sou fluente em português e inglês. Já escrevi artigos sobre educação e temas diversos, críticas de jogos e filmes e roteiros em ambas línguas.

 

Experiências:

  • Estágio no Ministério dos Direitos Humanos, trabalhando em captação e edição de áudio e vídeo. Comecei em Julho de 2019, sai em Fevereiro de 2020, os vídeos que eu colaborei na edição estão nesse link e os que participei na gravação nesse.

 

  • Fotógrafo e Cinegrafista do Projeto Momentos de Brasília, de apoio da embaixada da Alemanha e Áustria, a página do Projeto: https://www.facebook.com/momentos.brasilia/, meus créditos estão como “Nem minhas nem suas fotos” ou “João Morais”;

 

  • Fotógrafo, Criador de Artes e Videomaker para o Projeto Bsbinvisivel_ (instagram.com/Bsbinvisivel_), instituição de caridade que visiona dar voz para aqueles que não geralmente têm;

 

 

 

Outros trabalhos:

 

 

 

 

  • Trabalho voluntário de captação de áudio para a divulgação do jogo Party Saboteurs: after party;

 

Kizumonogatari – O melhor diálogo (Kizu II, antepenúltima cena)

Segue a transcrição da melhor cena que eu amo demais pqp.

Veja ela inteira: https://photos.app.goo.gl/NWA6Uztm8u5XbVLF9 

Koyomi-kun e Hanekawa-san estão numa arquibancada em frente a um lago, KOYOMI, 21 Anos, estatura forte, 1,90m, corte emo, roupas pretas, colar de paz e amor, Koyomi-kun está olhando para o grande nada em sua frente, HANEKAWA, 21 anos, estatura fit, 1,70m, uma trancinha com um laço na ponta, saia marrom, calça marrom clara e blusa bege, Hanekawa-san está do lado de Koyomi-kun mas distante, olhando para ele.

 

KOYOMI

Hanekawa-san, é melhor você não vir mais aqui;

HANEKAWA

Bem, suponho que tava esperando por isso.

KOYOMI

Por favor, eu não quero ver você machucada. Desta vez será muito diferente. Mesmo em outros casos… Eu não quero te envolver de forma alguma. Eu provavelmente passei do limite quando queria que você fosse embora. Desculpe-me por gritar com você. Mas dessa vez é diferente.

HANEKAWA

Quão diferente?

KOYOMI

Quando você viu a Sara, o sangue em minha cabeça parou. Foi como a morte.

HANEKAWA

A nossa?

KOYOMI

A minha.

Hanekawa-san desvia o olhar e começa a olhar para a borda do lago.

 

KOYOMI

Eu te contei sobre a força dos seres humanos?  Quando você foi machucada eu senti como se fosse em mim. Não. Aquilo me machucou mais do que se fosse em mim. 

Koyomi-kun começa a olhar para o chão.

 

KOYOMI

Hanekawa-san… Eu não quero voltar a um nós caso signifique acabar com você.

HANEKAWA

Acabar comigo?

Hanekawa-san levanta, pula cada degrau para o chão.

HANEKAWA 

Não tem como deixar isso acontecer!

KOYOMI

Mas você está pensando mesmo nisso? Você está nas férias mas você está gastando o tempo dela com alguém como eu. E pior, você esteve à beira da morte. Você nem está pensando o que está fazendo?

HANEKAWA

Não mesmo!

 

Koyomi-kun se vira para Hanekawa-san atrás dele.

 

KOYOMI

Eu não entendo você. Por exemplo, se trocássemos de lugar, eu não seria capaz de fazer as coisas que você faz. Aparecer na frente de um cara perigoso como aquele, e até mesmo expor seu corpo que nem é imortal.

Mas você faz como se fosse algo natural a se fazer… você… me assusta.

Você é muito brilhante.

 

Koyomi-kun desce e corre em direção de Hanekawa-san, a segura pelos braços.

 

KOYOMI

Você não deveria se sacrificar! Não me entenda mal, mas eu não entendo o motivo de você fazer tanto por mim. 

Eu não consigo entender nada. Eu sou apenas um cara que você acabou de conhecer, mas por alguma razão você já fez muito por mim. 

É como se você fosse uma santa. 

Mas o seu autossacrifício é muito pra mim. É muito mais do que eu espero aguentar

HANEKAWA

Saiba que não é um autossacrifício.

Hanekawa-san se solta dos braços de Koyomi-kun e corre para longe.

 

HANEKAWA

Não é mesmo um autossacrifício!

KOYOMI

Então o que é?

HANEKAWA

É autossatisfação.

Koyomi-kun… você está me entendendo mal.

Eu não sou o tipo de pessoa que é gentil ou forte. Eu apenas faço o que quero fazer! Eu não acho que tenha alguém mais egocêntrica do que eu!

Eu sou muito enganadora e teimosa. O suficiente para irritar você, pelo menos. Mas se minha presença apenas torna as coisas mais difíceis para você, então eu acho que estou fazendo a coisa errada. 

Hanekawa-san vai em direção a Koyomi-kun.

 

HANEKAWA

Se você acha isso, então é minha hora de sair.

Eu acho que não tem mais nada que eu possa fazer por você.

KOYOMI

Não, ainda tem algo que você pode fazer, espere por mim. No próximo semestre da faculdade, por gentileza, espere por mim. Eu irei esperar ansiosamente, do fundo do meu coração, para falar com você de novo.

HANEKAWA

Nossa!

Hanekawa-san dá um passo para trás e começa a rir.

Hanekawa-san coloca a mão no peito.

 

HANEKAWA

Pipipipi… pipipi… pipipi… pipipi…

KOYOMI

Que sons foram esses?

HANEKAWA

Batidas do coração.

KOYOMI

As batidas do coração de uma garota são desses jeito?

HANEKAWA

Isso foi bem perigoso. Eu quase tive uma queda por você.

KOYOMI

Quase é? Eu não vejo buracos ou bueiros para se tropeçar aí.

HANEKAWA

Você sempre usa essa cantada para chegar nas garotas?

KOYOMI

Claro que não! Do que cê tá falando?

Para começo de conversa, eu quase nunca falei com garotas.

HANEKAWA

Ainda assim, você fala como um mulherengo e assina pornhub.

Koyomi-kun solta um barulho assombrado.

 

HANEKAWA

Poxa…

 

Hanekawa-san passa as mãos por baixo da saia e tira sua calcinha.

 

Hanekawa-san

Então…

 

Hanekawa-san levanta a calcinha para seu peito e estende a calcinha para Koyomi-kun.

 

HANEKAWA 

Eu emprestarei isso para você. Devolva-me quando entrarmos no novo semestre.

Koyomi-kun, você gosta de calcinhas, não é mesmo?

Ah mas se você não quiser…

KOYOMI

Não! Não! Não! Eu nunca disse que não. Isso não é questão de querer ou não! Então o que você disse? Eu posso te devolver quando nos encontrarmos no colégio, certo?

Koyomi-kun pega a calcinha da mão de clara, segura ela com as duas mãos e segura com admiração.

KOYOMI

Desculpe-me, eu não devolverei.

HANEKAWA

Hã?

KOYOMI

Na verdade, eu levarei para a cova. Então isso será passado para gerações seguintes como uma relíquia da dinastia Araragi. 

HANEKAWA

Por favor, pare.

Koyomi-kun levanta a calcinha como um prêmio.

KOYOMI

Essa calcinha deixou seu corpo para nunca mais voltar!

HANEKAWA

Qual o seu problema?

KOYOMI

Eu não devolverei essa calcinha para você… Em troca, eu irei pagar minha dívida quando você estiver em apuros, mesmo que não tenha nada que eu possa fazer, eu sempre estarei ao seu lado, pagando a minha dívida com você, pelo resto da minha vida!

HANEKAWA

Apenas devolva minha calcinha!

 

Hanekawa-san sorri, corre para longe de Koyomi-kun, se vira.

 

HANEKAWA

Agora estou sem calcinha! E conto apenas com a segurança da minha saia! E ainda tenho que pegar ônibus de volta pra casa! Koyomi-kun, comparado a isso, lutar contra o câncer não deve ser problema algum, não é?

Hanekawa-san acena para Koyomi-kun, Koyomi-kun devagarmente levanta a mão e acena de volta.

 

KOYOMI

Isso é verdade!

HANEKAWA

Então,boa sorte!

KOYOMI

Boa sorte!

Hanekawa-san começa a andar em direção a rua.

 

KOYOMI

Vejo você na facul!

HANEKAWA

Vejo você na facul!

Cometa Cenas 2019/2 – Uma Análise

Segue aqui uma série de análises que eu fiz durante as peças do Cometa Cenas de 2019/2, um evento semestral em que os alunos de Artes Cênicas apresentam suas peças para a população brasiliense na UNB.

 

Grande Gafanhoto Azul

A peça é bem fofa, nela temos uma criança lidando com seus monstros internos, a ansiedade, insegurança e impulsividade? A peça passa pelos clássicos modos de lidar com esses problemas, desde enterrar até compartilhar a dor com os outros, mas chega no final e ela chega a conclusão que tem que aceitar que tudo existe. Tem muito contraste nas roupas dos personagens, do preto e rosa claro, a maquiagem e a luz são bem simplistas, o que ajuda a isolar cada personagem e problema que se passa, acho que só falta explorar um pouco mais das sombras nos personagens e no chão, que geralmente ajuda a expressar conflitos internos.

 

As tres moiras

É uma peça cheia de bordões incríveis, o trabalho com as luzes e sombras são magníficos mas só é um pouco muito longo, são basicamente três pessoas só jogando palavras ao ar, então acaba sendo muito massante.

 

O celular

Devido ao contexto do Detox Digital Brasil que o governo está empurrando, a peça provavelmente mais engrassada pra mim do que tudo, muito ok boomer vibes, a reviravolta da peça é bem previsível, como as piadas.

 

Contraponto

Boa ideia de falar sobre a ditadura e como o sistema destruiu os homens da época que “só estavam seguindo ordens”, as metáforas funcionam mas o som simplesmente estava horrível.

Eu não ia tirar foto de filme né…

 

Essencias

É uma dança em que todos os movimentos são previsíveis para o tema de “pessoas robotizadas” e a escolha de música é ainda mais previsível ainda, “tem um momento suave? Ah eu vou colocar um som de flautas e dançar com ondas”, genial.

Olha, nier automata

 

Água de lavar

Muita fofa a história e como elas querem falar de sexo sem falar de sexo, todas as personagens são muito charmosas e convincentes, a direção de arte é super completa e dialoga com a história, usaram um dos lençóis para projetar sombras e para ser um par, bem bom de ver, a peça só passa muito tempo na introdução e na finalização só para voltar ao status quo.

 

Waitress

Você já sabe que a peça vai ser ruim quando vê um nome em inglês no Brasil, e realmente foi, não tinha muita coisa na peça, ela virava um musical do nada sem motivo????  E parecia que tinha sido escrita so século quinze porque tinha umas coisas tão estranhas como traição de dois relacionamentos por conta do romance.

 

Verborum Circulus in Nocte

Latim para vamos falar em verbose em um círculo a noite histórias que você já ouviu 1 milhão de vezes e não vamos fazer nada de especial, só contar elas as vezes se movimentando um pouco então a peça é muuuuuito maçante e não sei como metade das pessoas não tavam dormindo, a reação do público era mais interessante do que a peça.

 

Elefante amarelo

PEÇA FODA, fala sobre a ansiedade e da depressão da solidão que é ser uma mulher negra hétera e um gay gordo na sociedade, como é um inferno ser jogado pro lado pela sociedade e ser penalizado pelo jeito que você nasceu. Ela é como foi Grande Gafanhoto Azul só que para adultos que já viveram a vida e que agora têm bebidas, drogas e pessoas para lidar com seus problemas internos. A direção de arte é super incrível com tudo amarelo e com as divisões de quartos, salas, janelas. É uma peça para chorar e querer se medicar, por isso te dão um remédio na porta.

Essa Mensagem foi Apagada!

Nossa que peça divertida, ela trata de vários problemas sociais que a juventude e talvez um pouco até as pessoas mais velhas passam na sociedade, na educação, na balada, na rua, na sociedade. Ela trata de forma leve mas bem consciente os relacionamentos abusivos, misoginia, luta de classes, facismo, sexualidade. A gente vive numa sociedade, mas qual é o seu local na sociedade?

Sim, falar sociedade é inerentemente engrassado para mim.

 

Imutável

MEU DEUS OUTRA PEÇA FODA. É uma peça que fala sobre os relacionamentos masculinos, desde a infância até a morte inevitável aos 50 anos por conta de burrice feita na juventude. Ela trata desde o porquê homens geralmente evitam demonstrar os sentimentos, virgindade, até a broderagem e a perda da masculinidade do estupro. Ela varia de uma forma muito bonita entre os pontos leves e pesados dos relacionamentos masculinos e é muito importante de ser vista. O cenário é simplista mas deixa assim que os personagens viagem entre os lugares e os tempos de uma forma natural e não explícita, o que sempre é bom. A direção de arte na localização com cigarros, cervejas e cadeiras, somados com a mudança de perspectiva dos espectadores (Colocaram as arquibancadas na diagonal) dá uma ideia de doença para nós e isso fica bem claro ao decorrer da peça.  O figurinho é construído e desconstruído pela peça e é muito perfeito, o que a gente não espera de um terno com uma gravata (eles até ensinaram a colocar gravatas, FOI PERFEITO).

 

Retalhos de Carolinas

Nossa, que eu consiga fazer um trabalho final como esse, Retalhos fala sobre os problemas da mulher contemporânea que as vezes têm que estudar, trabalhar, cuidar de dois filhos, da mãe, do pai, da casa e de homens horríveis que apenas fodem tudo nas vidas delas. E todo esse cuidado gera tantos problemas psicológicos e de identidade que não há como uma pessoa não surtar. A direção de arte é incrível com todos os retalhos da vida dela em uma mesa com gavetas, com sua família e café, nas gavetas têm os pedaços de sua vida, que ela toma e performa durante a peça até ser destruída e desconstruída com a morte de sua casa e morte dela.

 

Immortattus

A peça tem 7 horas enquanto a história podia ser contada em 10 min, os personagens são caricaturas de seus arquétipos, então eles são todos simples e planos, as piadas internas são repetidas incessantemente mesmo com ninguém rindo, ou rindo com pena e talvez a única coisa que salva é a direção de arte, o que perde o aspecto inovador depois dos 10 min que deveriam ser a duração da peça.  As reações da banda foram a melhor parte, E ELES NEM ESTAVAM REAGINDO A NADA, SÓ ESPERANDO SEU CHAMADO PARA TOCAR.

 

 

Para finalizar, queria ressaltar que eu sou apenas um estudante de cinema que começou a ver arte de verdade agora então em outra época eu poderia ter outras opiniões sobre as que eu gosto e as que eu odeio, então não leve essas anotações muito a sério, mas leve, porque eu sou o melhor crítico de Brasília.

Checa lá o canal: youtube.com/notmebutnotyoutoo

E o Instagram:instagram.com/nemminhasnemsuasfotos

Rua Augusta – um ponto de vista de um cinéfilo reducionista

O seriado “Rua Augusta” tem seu piloto composto de 28 min de uma história que se passa em uma cidade grande do Brasil, nas áreas cinzas moralmente dos boates e das baladas. Ele começa com um teaser de 4 min de uma dança da stripper que irá morrer para introduzir o tom da série e para nos conectar o mínimo com ela. Então temos 10 min de apresentação dos personagens e das suas relações sociais, o dono da balada e sua família que nem a babá o respeita, as strippers e sua sororidade, o jornalista e sua inocência, os porteiros e suas relações, até que alguém mata a namorada de um dos porteiros e temos o incidente incitante nisso.

Eles então buscam para buscar o assassino, esse é o conflito do episódio, o dono da balada para não se incriminar, o namorado para matar o culpado, enquanto isso, o jornalista vai procurar ter um tempo bom. Nessa busca, ninguém respeita o dono da balada, o jornalista pergunta “Ah então eu vou ficar aqui?” e o namorado mata o cara, mesmo com o dono colocando uma babá com ele para não matar. E com esse segundo desrespeito envolvendo uma babá, temos o conflito interno da temporada: o dono da balada conseguir respeito de todos em sua volta.

Com o cara morto, o namorado e a babá vão despejar desse corpo porque tem que ser feito, mas a polícia acha, nunca esperaríamos né? Acontece que eles identificam o corpo como um dos filhos da maior gangue da cidade, e isso é comunicado pela polícia diretamente ao dono da balada, porque, claro, a polícia é corrupta e aceita propinas. O dono da balada não fica feliz com isso e fica claro que esse vai ser o conflito principal e extra pessoal da temporada.

Enquanto isso o jornalista vai num date com uma stripper para não ficar fazendo nada, sem saber que ela é uma stripper até eles chegarem nos finalmentes, ela pede para ele não beijar ela, mas o que esperar de macho beta? Ele vai lá e beija e então ela toma controle da situação e vai embora sem nem tomar um cafézinho. Depois a stripper volta para casa e ela tem um namorado que sabe o que acontece no rolê dela e que não a supre emocional nem fisicamente, isso vai ser o conflito pessoal da temporada.

Veja a apresentação:

https://docs.google.com/presentation/d/1sqmwm4rTfOkJauh3OfXeuVdAHx8lG8nXbav-1hHwHjo/edit?usp=drivesdk